Como resposta aos efeitos das mudanças climáticas, no ano de 2019 a União Europeia desenvolveu o Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal), o que levou os países a se comprometerem com a adoção de políticas que tornassem possível a neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) até o ano de 2050. A partir disso, a Comissão Europeia passou a aprovar atos que tivessem como escopo práticas empresariais mais sustentáveis e éticas, além de novos regulamentos que impõem aos países aliados a adoção de mecanismos mais ecológicos.
Em 31 de julho de 2023 foi aprovado pela Comissão o European Sustainability Reporting Standards (ESRS), um conjunto de normas que integra uma lista com 12 novos padrões ambientais, sociais e de governança, cujo cumprimento deve ser comprovado pelas empresas, por meio de relatórios em que conste como suas práticas impactam as mudanças climáticas, poluição, recursos hídricos e marinhos, biodiversidade e ecossistemas, uso de recursos e economia circular, conduta empresarial, força trabalhista própria, trabalhadores da cadeia de valor, comunidades afetadas e consumidores e usuários. Desse modo, as empresas sujeitas ao cumprimento do ESRS deverão apresentar relatórios com todas as práticas adotadas, conforme o padrão estabelecido.
Ainda em 2023, a União Europeia editou também o Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, European Union Deforestation-Free Regulation, em inglês), que veda a importação, aos países do bloco, de commodities advindas de áreas florestais que tenham sido desmatadas após o dia 31 de dezembro de 2020. O regulamento abrange produtos como a carne bovina, cacau, café, óleo de palma, soja, borracha e madeira.
A edição do regulamento e dos padrões de sustentabilidade tendem a provocar grandes impactos no Brasil, uma vez que a União Europeia é um grande parceiro econômico do país, que já acumula mais de 54,6 mil km² de vegetação amazônica desmatada. Assim, é preciso que as empresas brasileiras exportadoras impulsionem suas práticas internas de modo a torná-las mais sustentáveis e correspondentes com o cenário e as exigências atuais de sustentabilidade.
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