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O potencial da parceria entre agronegócio e tecnologia e povos tradicionais e seus conhecimentos

  • Foto do escritor: Fabíola Colle
    Fabíola Colle
  • 17 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura


A paulatina mudança de modo de produção, com a incorporação de conhecimentos tradicionais e avanços científicos e tecnológicos a parcelas cada vez maiores de áreas verdes, associada à produção agroflorestal e sustentável tem o potencial de reintegrar o trabalhador no campo, desafogando os centros urbanos e reduzindo as desigualdades sociais. Por consequência, seria possível fortalecer a segurança alimentar, dispensar progressivamente a necessidade do uso de agrotóxicos e aditivos químicos, promover colheitas perenes e variadas, recuperar a biodiversidade e o equilíbrio hidrológico, fortalecer a aplicação de conhecimentos tradicionais na recuperação do solo e no combate a pragas e doenças, entre tantos outros benefícios.


Essa é a essência da recente iniciativa do renomado cientista Carlos Nobre, batizada de AmIT – Amazon Institute of Technology, que se coloca a serviço da dissolução da suposta dicotomia entre tecnologia e conhecimentos tradicionais. O estudioso propôs a criação do instituto de pesquisas na Amazônia, envolvendo todos os Estados que possuem porções da floresta em seus territórios, a fim de conjugar pesquisa de ponta e os conhecimentos tradicionais dos povos da floresta, ou, em suas palavras, aliar "a ciência indígena de milhares de anos, com a ciência contemporânea, de forma harmoniosa e operativa", segundo recente notícia publicada na esteira da COP27, realizada em novembro de 2022 [1].


Ao abordar justamente dois pontos tão sensíveis, o projeto se destaca como uma das iniciativas que podem facilitar a decolagem definitiva das medidas propostas na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), Lei n. 12.187/2009, e da Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (PNPSA), Lei nº 14.119/2021.


Além disso, com a criação da CPR-Verde, houve uma considerável facilitação para que produtores e proprietários rurais obtenham financiamentos para desenvolver projetos ambientais e regenerativos, estruturados em políticas ESG – ambientais, sociais e de governança, em suas propriedades. Ao mesmo tempo, o instrumento é uma maneira segura para a realização de investimentos por empresas que buscam a compensação de suas emissões mediante a promoção de atividades de conservação e recuperação ambiental.


Assim, referidas iniciativas, como a do Instituto de Tecnologia da Amazônia e a da promoção da parceria entre tecnologia e conhecimentos tradicionais, podem ser fortalecidas pelas recentes normas que estabeleceram a Cédula de Produto Rural Verde como instrumento financeiro hábil à promoção de investimentos em serviços ambientais, visto que já bastante conhecida e utilizada no âmbito da produção agrícola e pecuária.




1. Biernath, André. O brasileiro que pretende criar ‘MIT da Amazônia’, instituto de tecnologia voltado à floresta. BBC News Brasil, 19 de nov. de 2022. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63641033>. Acesso em: 19/11/2022.

 
 
 

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