No decorrer da última década, a emergência climática passou a ser foco de debates e diálogos de âmbitos nacional e internacional, tendo em vista tanto o aumento dos eventos climáticos extremos e quanto a publicação dos relatórios especiais do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que apontam com dados a gravidade da crise ambiental a que o planeta está submetido. Com a realização de eventos periódicos, como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), líderes mundiais e organizações de diversos setores vêm propondo alternativas que objetivam a mitigação dos efeitos das atividades humanas no meio ambiente. Uma das mais importantes medidas para isso é o estabelecimento de metas de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEEs), a serem cumpridas tanto por países quanto pelos diversos setores da economia mundial.
Nesse intuito, sobretudo na América Latina e no Caribe, áreas mais suscetíveis às mudanças climáticas, a preocupação com a preservação das vegetações nativas, que são essenciais para o combate ao aquecimento global, se encontra na redação dos Planos Nacionais de Adaptação (PNAS) e nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Em especial no Brasil, país que abriga a maior parte da Floresta Amazônica, as demandas para que as empresas nacionais atuem com o intuito de preservar a biodiversidade do país vêm crescendo cada vez mais. Isso porque, em que pese a existência de outros mecanismos que atuam no combate às mudanças climáticas, não há como negar a indispensabilidade da Amazônia e de outros biomas no estoque de carbono e na liberação de oxigênio na atmosfera, reduzindo os níveis de poluição.
Ainda, a Amazônia é responsável pela manutenção do clima local e do planeta uma vez que, segundo a Organização não governamental WWF, “a água liberada na atmosfera pelas plantas por meio da evapotranspiração e a água que os rios despejam nos oceanos influenciam o clima do planeta e a circulação das correntes oceânicas.”
Desse modo, é preciso que as empresas nacionais se empenhem em adotar rigorosas práticas ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), a fim de que operem em sintonia com a proteção do meio ambiente, investindo em políticas de redução de desmatamento e de emissão de GEEs, de manejo de resíduos tóxicos, bem como em outras práticas que tenham como intuito a preservação biodiversidade e recuperação do meio ambiente nas áreas de impacto direto e indireto de sua atuação. Nesse sentido, as empresas que adotam as práticas ESG não só auxiliam no combate às mudanças climáticas, como também são beneficiadas, por suas escolhas éticas, dentro do mercado financeiro e consumidor, atraindo novos investidores e consumidores que optam por corporações responsáveis e sustentáveis.
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