
O Brasil é, sem dúvida, um dos países com a maior diversidade florestal do mundo. Além disso, possui um enorme potencial para aumentar a geração de empregos no campo e se destacar como um dos principais produtores de alimentos saudáveis, sem a necessidade de abrir novas áreas de cultivo.
No entanto, a produção agropecuária nacional está majoritariamente voltada para o mercado de commodities, especialmente carne e grãos, com estes últimos servindo principalmente para alimentar a pecuária mundial. Dados recentes mostram que 58,7% da população brasileira vive em insegurança alimentar[1]. Paralelamente, a ONU estima que 828 milhões de pessoas sofrem com a fome em todo o mundo, representando cerca de 10% da população global, que alcançou a marca de 8 bilhões de habitantes[2] em novembro de 2022.
Diante da urgência no enfrentamento às mudanças climáticas e seus impactos socioambientais, o Brasil tem um papel crucial na promoção da regeneração ambiental, alinhada a políticas públicas focadas na segurança alimentar e outros aspectos centrais.
Para alcançar esses objetivos, é fundamental uma mudança de pensamento, com a implementação robusta de políticas ESG – ambientais, sociais e de governança – na produção nacional. No entanto, a obtenção de recursos financeiros continua sendo um grande desafio.
Nesse contexto, leis como a da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais e a legislação relativa à CPR-Verde se destacam como oportunidades para que produtores rurais, cooperativas e comunidades tradicionais obtenham financiamento para o desenvolvimento de projetos agroflorestais e socioambientais. Este instrumento pode contribuir significativamente para enfrentar os desafios necessários para evitar o aumento dos níveis de aquecimento global e outros limites planetários, fortalecendo simultaneamente as comunidades locais e promovendo a distribuição de renda.
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