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  • Foto do escritorGodoi Colle Advocacia e Consultoria

O colapso ambiental amazônico e as maneiras de frear o seu ponto de inflexão

Atualizado: 6 de mar.


            Historicamente, embora a necessidade de abordar o aquecimento global e as alterações climáticas fosse evidente, esses temas foram por muito tempo preteridos. No entanto, no contexto contemporâneo, caracterizado por uma escalada significativa e observável de fenômenos meteorológicos extremos - incluindo ondas de calor mais intensas, variações drásticas na precipitação, com escassez hídrica em certas áreas e precipitações excessivas em outras, além de taxas alarmantes de desflorestação - a discussão acerca da preservação ambiental tornou-se uma questão urgente e incontornável.      

Em recente reportagem, a Folha de São Paulo ressaltou que as pesquisas realizadas pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que, nos últimos cinco anos, a Amazônia perdeu 54,6 mil km² de seu território, sendo grande parte devido ao desmatamento, o que a torna cada vez mais suscetível ao aumento de temperatura e às secas extremas. Se nada for feito para reverter a situação, a Amazônia chegará ao seu ponto de inflexão, e a partir de então será impossível retomar o bioma, sendo o colapso o único caminho existente.

            Segundo a matéria jornalística, o ponto de inflexão ocorre quando há um desmatamento de 20% a 25% do total da floresta. Atualmente, cerca de 14% a 20% da vegetação já está desmatada, de modo que uma vez alcançado o ponto de não retorno, a floresta não conseguirá mais manter em equilíbrio o estoque de carbono existente. Caso esse estágio seja alcançado, a liberação de oxigênio da floresta na atmosfera será inferior à emissão de CO₂, e a função hídrica exercida, decorrente da evapotranspiração da floresta, ficará gravemente prejudicada, acelerando de maneira exponencial a desertificação do bioma, o que ocasionaria impactos profundos em escala nacional e internacional nos mais diversos setores.

            Conforme aponta uma das pesquisadoras entrevistadas pela Folha de São Paulo, “se quisermos evitar uma transição sistêmica, precisamos adotar uma abordagem preventiva que mantenha as florestas resilientes nas próximas décadas”. Assim, é imprescindível compreender que o discurso de proteção ambiental já não é mais apenas para a proteção das gerações futuras, mas também para a proteção da geração atual, que já sofre diariamente as consequências da destruição das matas nativas, em especial da floresta Amazônica.

            Nesse sentido, uma das formas de se contribuir para a Grande Virada (Joanna Macy), no âmbito empresarial, é a implementação de uma economia regenerativa, em que as emissões e impactos finais das atividades gerem progressivamente mais benefícios que danos. Isso pode ser feito a partir da implementação progressiva de métodos de produção sustentáveis nas práticas empresariais e agropecuárias, aliadas à compensação de emissões de carbono excedentes, seja por meio da aquisição de créditos de carbono ou do investimento em projetos ambientais. Assim, é fundamental a urgente mobilização das empresas cuja atividade impacta o meio ambiente, para que adotem práticas ESG (Ambiental, Social e Governamental) e estimulem uma cadeia de produção mais ética e sustentável, a fim de que benefícios sistêmicos sejam alcançados acionando a regeneração em todos os níveis de impacto.

           





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