Com o avanço das políticas ESG (da sigla em inglês para Environmental, Social, Governance) dentro do mercado financeiro mundial, as empresas que buscam promover práticas econômicas mais sustentáveis e responsáveis passaram a aderir a métodos, principalmente na esfera ambiental (Environmental), de compensação dos danos derivados de suas atividades dentro e fora do mercado. Uma das práticas comumente adotada é a realização do inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEEs).
O desenvolvimento desse inventário tem como escopo o mapeamento das emissões de GEE das atividades realizadas pela empresa, permitindo-a quantificar, qualificar e registrar tais emissões, de modo a traçar um perfil para, posteriormente, desenvolver um plano de metas de redução da poluição gerada por essas atividades. O acompanhamento das emissões garante transparência aos investidores das empresas, bem como permite o reconhecimento de sua gestão ambiental sustentável pela comunidade.
No Brasil, o Projeto de Lei nº 412/2022, que visa a regularização do mercado de carbono no país, foi aprovado pelo Senado em outubro de 2023 e encontra-se em fase de votação na Câmara dos Deputados. A partir de sua aprovação, as empresas que emitirem acima de 25 mil toneladas de carbono, e gases de efeito estufa em geral, por ano, terão que buscar formas de reduzir e compensar essa emissão, por exemplo com a compra de créditos de carbono. Ainda segundo o texto do Projeto, atividades que tenham emissões superiores a 10 mil toneladas de carbono ao ano já terão que realizar plano de monitoramento.
Portanto, empresas que mantêm registros detalhados de sua pegada de carbono terão uma vantagem no gerenciamento desses índices, especialmente após a promulgação da nova legislação. Além disso, possuir um plano de descarbonização em progresso será benéfico, facilitando a formulação de estratégias para escolher entre diferentes métodos de gestão ambiental.
Ainda, a adesão ao inventário garante às organizações o compromisso com o combate às mudanças climáticas, bem como a identificação de atividades que podem ser substituídas por outras medidas mais sustentáveis, resultando na redução de gastos a longo prazo e no aumento do número de investidores que buscam por empresas comprometidas com as práticas ESG.
Dessa forma, o investimento na criação de inventário de emissões de GEEs, por parte das organizações, não só as transforma em importantes aliados do meio ambiente, reduzindo a liberação de gases danosos à população e à biodiversidade, mas também permite que mais empresas passem a adotar as políticas ESG, contribuindo para a construção de uma cultura de gestão ambiental que seja mais ética, responsável e sustentável.
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