Se em 2023 as ondas de calor já eram uma grave ameaça à saúde pública e ao equilíbrio dos ecossistemas, 2024 registrou recordes de sensação térmica, reforçando a urgência de enfrentar a crise climática, que se torna cada vez mais difícil de reverter.
No Brasil, o desmatamento e as queimadas continuam sendo os principais motores do aumento das temperaturas. Além de liberar grandes quantidades de gases de efeito estufa (GEEs) — especialmente o dióxido de carbono — durante a queima da vegetação nativa, o desmatamento reduz a evapotranspiração das florestas, um processo crucial para a remoção de CO₂ da atmosfera. A falta de vegetação urbana também intensifica o problema, já que a ausência de árvores em áreas urbanas e periféricas aumenta a absorção de calor pelo asfalto, agravando as ondas de calor.
De acordo com dados do MapBiomas, o Brasil perdeu cerca de 15% de sua vegetação natural entre 1985 e 2023[1]. Após o desmatamento, 95% das áreas desmatadas foram convertidas para a agropecuária. Segundo a coordenadora científica do MapBiomas, as florestas "são essenciais não apenas para o equilíbrio climático, mas também para proteger os serviços ecossistêmicos vitais, como a biodiversidade, a qualidade da água e a segurança alimentar". A contínua perda dessas áreas ameaça diretamente a regulação climática e a estabilidade da economia.
Diante dessa realidade, a contribuição de todos os setores da sociedade é fundamental para enfrentar as mudanças climáticas, especialmente as empresas cujas atividades têm impacto ambiental significativo. A adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) se torna indispensável para promover o reflorestamento e a presvenção de incêndios e de desmatamento ilegal, a fim de reduzir as emissões de GEEs, que estão diretamente ligadas ao aquecimento global.
Um dos instrumentos mais promissores para o setor empresarial e rural nesse contexto é a CPR-Verde. Essa ferramenta financeira oferece uma solução eficaz para compensar emissões de GEEs por meio da implementação de serviços ambientais e soluções baseadas na natureza. Empresas e produtores rurais podem, assim, desenvolver suas atividades de forma mais sustentável, contribuindo para a preservação das florestas brasileiras, fundamentais para o sequestro de carbono e a manutenção da biodiversidade, entre outros fatores fundamentais para o combate às mudanças climáticas.
A ação conjunta e o investimento em práticas sustentáveis são o caminho para mitigar os impactos da crise climática e garantir um futuro mais equilibrado e saudável para todos.
Comments