A adoção de políticas de mitigação e compensação dos impactos socioambientais dos diversos setores da indústria e de serviços é uma tendência não apenas necessária, mas irrefreável diante do atual estágio das mudanças climáticas. Nesse sentido, a legislação brasileira, seguindo o que já acontece em vários outros países, está caminhando para regulamentar essas ações, que deverão fazer parte obrigatória da gestão empresarial dos mais diversos setores.
O primeiro passo para a implementação de medidas e desenvolvimento de instrumentos capazes de reduzir e reparar as externalidades das diversas atividades econômicas que geram danos aos ecossistemas é o planejamento de sustentabilidade, que se baseia na elaboração de um inventário completo dos impactos das atividades e do estabelecimento de um conjunto de ações destinadas a tornar a gestão dos negócios sustentável do ponto de vista socioambiental, cumprindo com as demandas atuais de ética e responsabilidade.
Para isso, é preciso mapear quais são as ações de cada empresa ou atividade que geram impactos sociais e ambientais negativos e como elas podem ser melhoradas ou evitadas, para que se adequem aos parâmetros de sustentabilidade, entendidos como um índice razoável de responsabilidade ambiental, social e governança (ESG). Entretanto, não basta apenas a reorganização da atuação externa da empresa, sendo preciso, também, a reestruturação de suas práticas internas, criando uma gestão comprometida com os seus empregados, colaboradores, investidores e fornecedores.
Ainda, nos casos em que não é possível zerar os impactos negativos de uma atividade, a implementação do plano de sustentabilidade pode ser feita em conjunto com o investimento em mecanismos de compensação, como o investimento em serviços ambientais, dentre os quais estão os créditos de carbono, e que podem ser feitos através de títulos verdes ou “green bonds”, como a CPR-Verde ou Cédula de Produto Rural Verde.
Como consequência, a incorporação de políticas ESG às estratégias empresariais contribui para que o público a veja como um agente social responsável, aumentando o valor da marca, a captação de investimentos e a sua influência no mercado financeiro.
Por outro lado, é de suma importância que cada vez mais as empresas passem a desenvolver práticas internas e externas de sustentabilidade, a fim de se adaptarem às demandas de proteção do meio ambiente, atuando de maneira ética e responsável de modo a contribuir ativamente no combate às mudanças climáticas.
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